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Mostrando postagens de maio, 2018

I hate myself and I wanna die

A frase é do Kurt Cobain, que estourou a própria cabeça aos 27 anos deixando mulher e filha. Já se foi o tempo em que eu considerava Kurt um ponto fora da curva, alguém que me inspirava, que teve uma vida fodida e seguiu em frente até certo ponto, quando tudo fugiu do controle. (Li "Mais pesado do que o céu", que conta a história dele) Hoje em dia eu considero uma merda grande parte do que ele disse, muito do que ele fez... só que me sinto como ele. Com vontade de morrer. E eu digo que o único medo que me impede ir adiante é não encontrar meu filho na eternidade. Recentemente eu pensei muito sobre morrer, meios e etc. Eu cheguei a escrever uma carta de suicídio, mas também tentei ajuda online no Centro de Valorização a Vida que demorou dias e dias pra me responder algo bem genérico e inútil. Eu também pesquisei se meu antidepressivo em uma superdosagem me mataria. E não, muito dificilmente isso aconteceria. Eu no máximo ia passar por uma situação degradante de lavag...

Um dia de fúria

Eu acordei num dia que tinha tudo para ser ótimo. Estava 9 graus e eu saí pra comprar leite. Minha mãe, que agora me notificou que vai morar comigo e meu filho, estava na cama ainda e eu saí sozinha pensando nas milhares de coisas que eu iria precisar ajustar para recebê-la mais uma vez na dinâmica dentre outras coisas. Meu tio está no CTI. Só que ele é fumante há trocentos anos e tá bem velho. Tentei visitá-lo, mas deixei as filhas... o CTI limita as visitações e não sou eu quem vai tomar o lugar da família. Tomamos um café, eu, meu filho, minha mãe e até discutimos alguns pontos práticos das mudanças por vir. Aí minha mãe diz que uma tia, daquelas bem fofoqueiras, perguntou a ela se eu estava trabalhando e pq não já que meu filho já está grande. Sou do tipo que dá um boi pra não discutir. Eu nem atendo as tias no telefone, todas devidamente filtradas pelo identificador de chamadas e pelo bom senso. Bem, eu além de traduzir, editar, fazer trabalhos com meu irmão em eventos...

Fidelidade

Já falei aqui sobre os homens casados, mas quero ser mais abrangente e falar sobre a fidelidade. A traição hoje não tem mais um conceito como antigamente que era a relação sexual fora do matrimônio. Há quem considere pornografia, sexting e até o pensamento do desejo por outra pessoa como traição. Recomendo o TED da Esther Perel . Rethinking infidelity me fez pensar em muitas coisas como pessoa que já foi traída (mais de uma vez). Por exemplo, antigamente o conceito de monogamia era ter um parceiro para a vida toda. Hoje é um parceiro por vez. E muitos casais que passam por traições que são descobertas permanecem juntos (meu caso, por um tempo), mas sem trabalhar as causas acabam em novas traições, mais dores e inevitavelmente o fim. Ela propõe aos casais que a procuram que eles considerem aquela relação, aquele casamento específico, como terminado. E que juntos eles se proponham a construir um novo casamento. E mais, que levem em conta que hoje em dia, estatisticamente, as pesso...

A incrível alienação da dor do outro

Empatia não é um produto fácil de encontrar no mercado das relações humanas. Mas tem certos níveis que nos fazem pensar se a pessoa tem bom senso, pensamento, humanidade até. Certas situações tem todo um trato social inerente. Você tem que se demonstrar próximo e disposto a ajudar, mas existe uma linha tênue entre se demonstrar disponível e interferir no espaço do outro. A linha tênue pode ser imaginária, mas é como a linha do Equador, tá lá. Vamos usar. Trato social não é uma coisa que aprendemos na escola (deveríamos). Tão pouco está entre as qualidades elencadas para ensino por muitas famílias. Aí tem gente que não pega o traquejo com a vida e vira o tipo de pessoa que não sabe se portar numa situação de luto, diante de uma má notícia qualquer ou outra situação que abre um leque para os mais variados tipos de falta de noção. É de comum sabença pelas bandas de cá que estamos enfrentando uma maré revolta. As vezes dá pra praticar um stand up padle e as vezes tomo tantos e tantos...

Casados

Eu considero a fidelidade um dos itens primordiais de um relacionamento. Não apenas um casamento. Acho igualmente importante em um namoro e pq não, até num rolo no qual você está com a intenção final de que deslanche para ser o grande amor da sua vida. Não sou apenas eu quem considera a fidelidade algo essencial. É uma das bases de relacionamento nas religiões cristocêntricas, por exemplo. Ouvi o Carpinejar dizer que amor te esgota (positivamente) até você não ter mais nada para dividir com outro. Paixão é outraaaaaa história. Concordo. Opa, e como. Uma amiga me disse que emanamos energia ao mundo... de várias maneiras e em diversos sentidos. Por exemplo, emanamos energia de alegria, ou tristeza, mas também de solidão e das nossas próprias necessidades. Sendo assim, quando estamos "quebrados" podemos atrair gente tentando se aproveitar dessa vulnerabilidade passageira. Fato é que depois que eu me separei eu contei pelo menos uns cinco caras casados me rondando. Você per...

O problema sou eu, não é você. Não é mesmo, juro.

Eu saí com um cara. Entediada que estava instalei o tinder há 2 semanas. Na minha primeira noite de cinderela do tinder já achei o sapatinho do meu número. Deu match! Ele era interessante e não me mandou nenhuma foto de pau. Dá pra ter um diálogo. Um ser que consegue desenvolver uma conversa, interessante até. Conversamos bastante e já nos tratávamos por "meu bem". Quer dizer, fui na onda. Dei corda pra ele se enforcar. Fui cortejada, fez bem pro ego e eu fui cretina o suficiente pra não tesourar logo de cara pq tava me fazendo me sentir melhor. Trocamos telefone, apaguei o app pq não sou dessas de múltiplos contatinhos. Na verdade não tenho paciência mesmo. Alguns dias depois marcamos em uma cafeteria e ele apareceu. Juro que eu quase dei meia volta e meti o pé me sentindo a adolescente mais idiota do mundo indo encontrar o crush que conheceu no bate papo da UOL. (trintões entenderão) Passamos umas quatro horas conversando e trocamos alguns beijos. Como minhas amiga...

Luto (a)!

O divórcio, separação, chame do jeito que bem entender, envolve todo um processo de luto. É o fim. Todo fim tem seu trabalho mental e prático a ser feito. Depois que passa a fase da negação, da barganha, e todas as demais, sobra você. Mas falta metade. Quer dizer, no meu caso eu fiquei uma década nesse relacionamento. Foi um terço da minha vida. Praticamente toda minha vida adulta e quase tudo que eu conheço sobre família, amor, relacionamento eu aprendi ali. Tá, aí tem a parte prática da coisa. Junta documento, tira segunda via, marca audiência, consensual, partilha de bens - ou não -, guarda? compartilhada, pra um, pro outro, avisa a escola, a terapeuta, a pediatra, o transporte escolar, o plano de saúde, os parentes (mas que pé no meio do saco, hein?)... No meio desse enredo kafkiano tem uma criança que você quer proteger. E aí? Faz o que? (Além da terapia, pq sim, você precisa mais do que imagina) Calma. Eu chorei. Chorei o fim. O fim mesmo. Não é o fim do amor eros que...