A frase é do Kurt Cobain, que estourou a própria cabeça aos 27 anos deixando mulher e filha.
Já se foi o tempo em que eu considerava Kurt um ponto fora da curva, alguém que me inspirava, que teve uma vida fodida e seguiu em frente até certo ponto, quando tudo fugiu do controle. (Li "Mais pesado do que o céu", que conta a história dele)
Hoje em dia eu considero uma merda grande parte do que ele disse, muito do que ele fez... só que me sinto como ele. Com vontade de morrer.
E eu digo que o único medo que me impede ir adiante é não encontrar meu filho na eternidade.
Recentemente eu pensei muito sobre morrer, meios e etc. Eu cheguei a escrever uma carta de suicídio, mas também tentei ajuda online no Centro de Valorização a Vida que demorou dias e dias pra me responder algo bem genérico e inútil.
Eu também pesquisei se meu antidepressivo em uma superdosagem me mataria. E não, muito dificilmente isso aconteceria. Eu no máximo ia passar por uma situação degradante de lavagem estomacal na emergência e perder a guarda do meu filho por ser mentalmente incapaz, terminar de foder o que falta da minha situação.
Não durmo direito há uns 10 dias e meu filho começou a ter terror noturno.
Essa madrugada eu discuti com meu ex e foi uma coisa ridícula e infantil. Mas aconteceu e me deixou com mais vontade de acabar com tudo.
Já não me recordo onde foi que eu li que o suicídio é a resposta errada para problemas passageiros e momentos de crise, como usar uma bomba nuclear em um formigueiro. Aparentemente quem escreveu e pensou isso não sofreu anos de depressão.
Entendam que não é romantizar ou defender o suicídio. Mas é uma atitude legítima de alguém verdadeiramente desesperado e cansado de sofrer. Ninguém é imbecil de atentar contra a própria vida se ela não estiver dilacerando tudo que a pessoa é.
Sou cristã e creio, dentre outras coisas, que essa vida é passageira, única e o que fizermos aqui ditará invariavelmente nosso futuro na Eternidade. É também um dos motivos que paralizaram na concretização da minha vontade de morrer.
Possivelmente é muito escroto da minha parte expor todas essas coisas e dizer que dentre os meus motivos principais está o fim do meu casamento. E que a dor se tornou tão grande que entorpece a possibilidade de pensar num futuro.
Mas são 30 anos lutando contra a doença e parece que nada do que eu faça consegue trazer uma melhora significativa e longa para o meu estado mental.
Passei por muita coisa nesses 30 anos. E é óbvio que existe alguém por aí que passou por muito mais do que eu passei que superou, que é bem sucedida, que não deixou a depressão se instalar, que é mais forte, que transformou a dor em impulso pra sair da merda... mas essa pessoa não sou eu.
Dentre as maravilhas que me aconteceram como ter um pai bêbado, uma mãe tão imersa em seus problemas e nos outros 3 filhos que não conseguiu ver o que tava acontecendo comigo enquanto eu crescia, um irmão drogado, uma irmã vagabunda e outra narcisista, foi: eu sofri os mais variados abusos.
Apanhei como um animal, sofri abuso sexual, abuso físico e psicológico, abusei também. Abusei do consumo de álcool e drogas. Cresci numa família fodida e desestruturada. Tive relacionamentos merda e por fim me casei.
O sonho virou pesadelo, fui traída repetidas vezes... Não superei, joguei na cara. Tive problemas variados de depressão pós-parto até síndrome do pânico pós assalto violento...
E caí no limbo... das pessoas que julgam que meus problemas são: falta de trabalho, falta de vontade em superar as coisas ruins que me aconteceram, falta de esforço de alguma espécie. HAHAHAHAHA
Eu gostaria de dizer que eu trabalho desde os 13 anos, embora não tenha sido de maneira efetiva e CLT durante todo esse período. (PQ CARALHOS EU ESTOU ME JUSTIFICANDO A ESSE PONTO?) E que a desorganização da minha casa reflete meus problemas pessoais, mas que no cuidado do meu filho eu tenho atenção redobrada, desde sempre. Ele não falta da escola, não deixa de entregar as atividades, a agenda dele está sempre checada e em dia com todos os compromissos...
Infelizmente eu não tenho conseguido conciliar varrer, lavar e passar com me mato cortando os pulsos, me medicando, arranjo uma arma, faço em casa, na rua, de dia ou de noite?
Eu estou em tratamento. E eu tenho feito tudo religiosamente. Eu não pulo a medicação desde que iniciei o uso há 3 meses. Não falto da terapia. Não deixo de me exercitar. De orar. Jejuar. De fazer exercícios. De me alimentar melhor. De consumir pouco álcool. De não me drogar. E nada tem dado resultado. Nada disso me faz sentir como se viver valesse a pena.
Faz meses que tudo que eu faço é viver no automático. Me levanto, cumpro as obrigações do dia e me deito tão logo seja possível. Algo em torno de 19h.
Sim, eu odeio minha vida e quero morrer.
Já se foi o tempo em que eu considerava Kurt um ponto fora da curva, alguém que me inspirava, que teve uma vida fodida e seguiu em frente até certo ponto, quando tudo fugiu do controle. (Li "Mais pesado do que o céu", que conta a história dele)
Hoje em dia eu considero uma merda grande parte do que ele disse, muito do que ele fez... só que me sinto como ele. Com vontade de morrer.
E eu digo que o único medo que me impede ir adiante é não encontrar meu filho na eternidade.
Recentemente eu pensei muito sobre morrer, meios e etc. Eu cheguei a escrever uma carta de suicídio, mas também tentei ajuda online no Centro de Valorização a Vida que demorou dias e dias pra me responder algo bem genérico e inútil.
Eu também pesquisei se meu antidepressivo em uma superdosagem me mataria. E não, muito dificilmente isso aconteceria. Eu no máximo ia passar por uma situação degradante de lavagem estomacal na emergência e perder a guarda do meu filho por ser mentalmente incapaz, terminar de foder o que falta da minha situação.
Não durmo direito há uns 10 dias e meu filho começou a ter terror noturno.
Essa madrugada eu discuti com meu ex e foi uma coisa ridícula e infantil. Mas aconteceu e me deixou com mais vontade de acabar com tudo.
Já não me recordo onde foi que eu li que o suicídio é a resposta errada para problemas passageiros e momentos de crise, como usar uma bomba nuclear em um formigueiro. Aparentemente quem escreveu e pensou isso não sofreu anos de depressão.
Entendam que não é romantizar ou defender o suicídio. Mas é uma atitude legítima de alguém verdadeiramente desesperado e cansado de sofrer. Ninguém é imbecil de atentar contra a própria vida se ela não estiver dilacerando tudo que a pessoa é.
Sou cristã e creio, dentre outras coisas, que essa vida é passageira, única e o que fizermos aqui ditará invariavelmente nosso futuro na Eternidade. É também um dos motivos que paralizaram na concretização da minha vontade de morrer.
Possivelmente é muito escroto da minha parte expor todas essas coisas e dizer que dentre os meus motivos principais está o fim do meu casamento. E que a dor se tornou tão grande que entorpece a possibilidade de pensar num futuro.
Mas são 30 anos lutando contra a doença e parece que nada do que eu faça consegue trazer uma melhora significativa e longa para o meu estado mental.
Passei por muita coisa nesses 30 anos. E é óbvio que existe alguém por aí que passou por muito mais do que eu passei que superou, que é bem sucedida, que não deixou a depressão se instalar, que é mais forte, que transformou a dor em impulso pra sair da merda... mas essa pessoa não sou eu.
Dentre as maravilhas que me aconteceram como ter um pai bêbado, uma mãe tão imersa em seus problemas e nos outros 3 filhos que não conseguiu ver o que tava acontecendo comigo enquanto eu crescia, um irmão drogado, uma irmã vagabunda e outra narcisista, foi: eu sofri os mais variados abusos.
Apanhei como um animal, sofri abuso sexual, abuso físico e psicológico, abusei também. Abusei do consumo de álcool e drogas. Cresci numa família fodida e desestruturada. Tive relacionamentos merda e por fim me casei.
O sonho virou pesadelo, fui traída repetidas vezes... Não superei, joguei na cara. Tive problemas variados de depressão pós-parto até síndrome do pânico pós assalto violento...
E caí no limbo... das pessoas que julgam que meus problemas são: falta de trabalho, falta de vontade em superar as coisas ruins que me aconteceram, falta de esforço de alguma espécie. HAHAHAHAHA
Eu gostaria de dizer que eu trabalho desde os 13 anos, embora não tenha sido de maneira efetiva e CLT durante todo esse período. (PQ CARALHOS EU ESTOU ME JUSTIFICANDO A ESSE PONTO?) E que a desorganização da minha casa reflete meus problemas pessoais, mas que no cuidado do meu filho eu tenho atenção redobrada, desde sempre. Ele não falta da escola, não deixa de entregar as atividades, a agenda dele está sempre checada e em dia com todos os compromissos...
Infelizmente eu não tenho conseguido conciliar varrer, lavar e passar com me mato cortando os pulsos, me medicando, arranjo uma arma, faço em casa, na rua, de dia ou de noite?
Eu estou em tratamento. E eu tenho feito tudo religiosamente. Eu não pulo a medicação desde que iniciei o uso há 3 meses. Não falto da terapia. Não deixo de me exercitar. De orar. Jejuar. De fazer exercícios. De me alimentar melhor. De consumir pouco álcool. De não me drogar. E nada tem dado resultado. Nada disso me faz sentir como se viver valesse a pena.
Faz meses que tudo que eu faço é viver no automático. Me levanto, cumpro as obrigações do dia e me deito tão logo seja possível. Algo em torno de 19h.
Sim, eu odeio minha vida e quero morrer.
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