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O problema sou eu, não é você. Não é mesmo, juro.

Eu saí com um cara. Entediada que estava instalei o tinder há 2 semanas. Na minha primeira noite de cinderela do tinder já achei o sapatinho do meu número. Deu match! Ele era interessante e não me mandou nenhuma foto de pau. Dá pra ter um diálogo.

Um ser que consegue desenvolver uma conversa, interessante até. Conversamos bastante e já nos tratávamos por "meu bem". Quer dizer, fui na onda. Dei corda pra ele se enforcar. Fui cortejada, fez bem pro ego e eu fui cretina o suficiente pra não tesourar logo de cara pq tava me fazendo me sentir melhor.

Trocamos telefone, apaguei o app pq não sou dessas de múltiplos contatinhos. Na verdade não tenho paciência mesmo.

Alguns dias depois marcamos em uma cafeteria e ele apareceu. Juro que eu quase dei meia volta e meti o pé me sentindo a adolescente mais idiota do mundo indo encontrar o crush que conheceu no bate papo da UOL. (trintões entenderão)

Passamos umas quatro horas conversando e trocamos alguns beijos. Como minhas amigas pediram a avaliação completa pós date: Um 7,5/8,0. Que tipo de gente eu tô virando que saio dando nota pra date? Mas vamos combinar que poderia ter rolado um 9,0 aí com um esforço.

Continuamos a conversar durante a semana e embora eu tenha sido bem prolixa nas conversas e tenha até insistido pra ver se rolava um encantamento não aconteceu. Não deu. Não tem química. Não me cativou... Não...

Aí você começa a analisar a relação (eita!) que nem começou e já tá concluso ao juíz esperando sentença. Se apega nos pormenores, no que não encaixa... no fim ele só te fez rir e te beijou. Beijo você ganha até do seu cachorro e Gentilli dá conta da risada. Quando você coloca nas considerações finais que o cara tá atrapalhando sua ida na academia é pq realmente não tá dando, né, filho.

Você tinha marcado de vê-lo de novo hoje e já não dá nem bom dia. E vem a pergunta constrangedora e óbvia (que você pede peloamordeDeosdoamorpróprioqueelenãofaça): Aconteceu alguma coisa? Você não falou comigo.

Elabora a desculpa mais rápida que te vem na mente: meu filho gripou. E ele emenda com um "é melhor a gente se ver outro dia, então". É. É melhor mesmo.

Achei eu que acabaria naquela situação de ter que cortar o sujeito, mas aparentemente ele já pescou e recolheu a rede pq a maré não tá pra peixe no barquinho dele.

Não me imaginei nessa situação, nunca estive nessa situação. Mentira, tive, mas há uns 12 anos todo o trabalho que eu tive foi bloquear o cara no MSN pq era bem mais prático do que longas explicações de pq não existia "nós" entre ele e eu.

Diferente de todas as outras relações - dates, ficadas, sei lá como é o termo da vez - que tive essa foi a primeira vez que eu realmente quis dizer "O problema sou eu, não é você." E não é. Só não somos tão compatíveis como aquela meia dúzia de linhas do tinder fizeram parecer.

"Os opostos se atraem, os dispostos se distraem". Ai, Anitelli, como queria que assim fosse. Opostos, não nos atraímos, ou não o suficiente. E não tá me distraindo minimamente para me fazer perder o treino de abdominais na segunda.

Sentença de que as vezes é verdade que o problema é quem diz ser e não o outro que tá tentando. Muitas vezes até em level hard. E eu que sempre fui tão descrente dessa colocação. A vida realmente ri da nossa cara.



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