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Maternar

Tem dias que maternar é um ato de heroísmo. Claramente existem dias que fluem mais facilmente como no parque onde tudo conspira a favor, como um sol ameno, bom humor, alimentar os patos e risadas abundantes. Mas existem dias que é um desafio hercúleo. Dias de chuva que a criança está emburrada, com saudades do pai que não visita há 4 meses e você própria tá pau da vida com o atraso da pensão do milhão (entendedoras entenderão) e a escola resolveu pedir um unicórnio dançante pro dia seguinte. São esses dias que você quer chorar pra que terminem, mas nem pra isso tem mais energia. Os últimos meses tem sido de intenso aprendizado sobre maternar solo. Tem sido um desafio de paciência, tolerância, crescimento, para nós dois. Ele tem mais bons momentos do que momentos ruins, todavia quando tá num momento ruim haja saco haja respiração. O pai confundiu superação, separação, seguir em frente, com a infantil decisão de fingir que não existimos. Menos nos dias que ele separa para justific...
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Quando deixamos de sonhar deixamos de viver. Ouvi isso no passado e pude testemunhar a veracidade. Sempre sonhei muito. Eu queria ser jornalista de veículo impresso em áreas de conflito. Queria ir para o Iraque. Tentei ir com o Exército para o Haiti. Eu tinha sonhos bastante surreais para a minha realidade. Mas eu nunca fui de aceitar impossibilidades. Eu metia a cara. Quer dizer, eu queria ir para o Haiti e mandei dezenas de e-mails, entrei em contato com muitas pessoas que indicariam o caminho das pedras... Existiram coisas que eu pude realizar, outras não deram certo. Conheci amigos dessa forma. Visitei pelo menos 6 cidades diferentes para encontrar amigos virtuais. 4 deles de outros estados. Nas vezes que eu queria algo eu planejava... fazia lista mesmo. Preciso fazer tais e tais coisas pra fazer isso acontecer. Essa insistência resultou no meu primeiro emprego, aos 13 anos, quando minha mãe me disse que se eu quisesse conhecer o parque de diversões para o qual a escola far...

Pesadelos e catfish

Hoje eu tenho consulta com a minha psiquiatra depois de pouco mais de um mês sem consultá-la. Vou pedir que ela ajuste minha medicação. O remédio que ela me receitou para dormir não tá me ajudando. Além disso, quando durmo, tenho pesadelos. Matriculei o pequeno no inglês e as aulas dele começam na próxima semana. Quase fui vítima de um catfish. Bem, um perfil passou a me seguir em uma rede social. Conversamos rapidamente e depois não falamos mais. Depois esse mesmo perfil voltou a falar comigo e pegou pontos do meu interesse pessoal para me envolver. Por fim, veio a tentativa de golpe. Claro que eu já tô mais do que careca de saber certas artimanhas nesse sentido e a pessoa deu o "azar" de tentar usar contra mim coisas do meu interesse que não condizem com a realidade. Foi aí que caiu a farsa. Na realidade eu descobri quem é a pessoa que teve suas fotos usadas de maneira indevida. Descobri onde essa pessoa vive, o que faz de fato, quem é que aplica o golpe e qual a moti...
Hoje doeu... Doeu no seco. Nem consegui chorar. Há um tempo, quando meu ex estava visitando nosso filho, surgiu a conversa sobre a aliança. E pedi que ele não se desfizesse dela, que guardasse para que um dia nosso filho possa ver. Eu estava mexendo nas gavetas e achei uma lata (uma que guardo coisas importantes) aberta. Logo fui ver se estava tudo no seu devido lugar. Bem, eu abri um porta jóias que lá estava com as minhas alianças (namoro, casamento, aparador de alinça e anel de casamento da vovó). Mas estava também a aliança dele. Ele trouxe, a colocou lá, não disse nada e partiu... Gostaria de ter chorado essa amargura. As lágrimas não descem. Hoje tem 6 semanas que ele não visita o filho e já adiantou que não vem até o segundo fim de semana do próximo mês. A pensão tão discutida e tão reduzida já atrasou de novo... É tristeza, é dor, é frustração e incerteza. Minha mãe está doente... bem doente mesmo. Esquizofrenia paranoide. Adivinhem quem está, involuntariamente,...

I play the fool

Sei fazer bobinha, mas essa bobinha simplesmente não sou eu. É tanta coisa na bagagem que as vezes parecer é tudo que se pode fazer. Me peguei nessa, fazendo a boba por alguns sorrisos, meus mesmo... e olhei pra mim com julgo de censura. Quer dizer, sério que você está se tolindo pra sorrir? Sim. É o que eu estou fazendo. É o que estou fazendo pra esquecer que no resto do dia eu estou contando centavos, tentando ter algum auto controle pra não tornar a vida do meu filho miserável e também ser a adulta responsável que não esquece os afazeres domésticos. Eu dei meu jeito de garantir minha medicação até o fim do ano e agora estou tomando outro remédio anti depressivo para me ajudar a dormir. Ouvi diversas vezes que tudo passa, mas é real... passa mesmo. A dor vai embora e fica o vazio. O vazio ecoa. Você vai levando a vida, ainda que não a viva. Não consigo mais escrever pra fins literários, não flui. Não consegui produzir nada sobre porcaria nenhuma. Não fiz fotos, não pintei...

I hate myself and I wanna die

A frase é do Kurt Cobain, que estourou a própria cabeça aos 27 anos deixando mulher e filha. Já se foi o tempo em que eu considerava Kurt um ponto fora da curva, alguém que me inspirava, que teve uma vida fodida e seguiu em frente até certo ponto, quando tudo fugiu do controle. (Li "Mais pesado do que o céu", que conta a história dele) Hoje em dia eu considero uma merda grande parte do que ele disse, muito do que ele fez... só que me sinto como ele. Com vontade de morrer. E eu digo que o único medo que me impede ir adiante é não encontrar meu filho na eternidade. Recentemente eu pensei muito sobre morrer, meios e etc. Eu cheguei a escrever uma carta de suicídio, mas também tentei ajuda online no Centro de Valorização a Vida que demorou dias e dias pra me responder algo bem genérico e inútil. Eu também pesquisei se meu antidepressivo em uma superdosagem me mataria. E não, muito dificilmente isso aconteceria. Eu no máximo ia passar por uma situação degradante de lavag...

Um dia de fúria

Eu acordei num dia que tinha tudo para ser ótimo. Estava 9 graus e eu saí pra comprar leite. Minha mãe, que agora me notificou que vai morar comigo e meu filho, estava na cama ainda e eu saí sozinha pensando nas milhares de coisas que eu iria precisar ajustar para recebê-la mais uma vez na dinâmica dentre outras coisas. Meu tio está no CTI. Só que ele é fumante há trocentos anos e tá bem velho. Tentei visitá-lo, mas deixei as filhas... o CTI limita as visitações e não sou eu quem vai tomar o lugar da família. Tomamos um café, eu, meu filho, minha mãe e até discutimos alguns pontos práticos das mudanças por vir. Aí minha mãe diz que uma tia, daquelas bem fofoqueiras, perguntou a ela se eu estava trabalhando e pq não já que meu filho já está grande. Sou do tipo que dá um boi pra não discutir. Eu nem atendo as tias no telefone, todas devidamente filtradas pelo identificador de chamadas e pelo bom senso. Bem, eu além de traduzir, editar, fazer trabalhos com meu irmão em eventos...