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I play the fool

Sei fazer bobinha, mas essa bobinha simplesmente não sou eu. É tanta coisa na bagagem que as vezes parecer é tudo que se pode fazer.

Me peguei nessa, fazendo a boba por alguns sorrisos, meus mesmo... e olhei pra mim com julgo de censura. Quer dizer, sério que você está se tolindo pra sorrir?

Sim. É o que eu estou fazendo.

É o que estou fazendo pra esquecer que no resto do dia eu estou contando centavos, tentando ter algum auto controle pra não tornar a vida do meu filho miserável e também ser a adulta responsável que não esquece os afazeres domésticos.

Eu dei meu jeito de garantir minha medicação até o fim do ano e agora estou tomando outro remédio anti depressivo para me ajudar a dormir.

Ouvi diversas vezes que tudo passa, mas é real... passa mesmo. A dor vai embora e fica o vazio. O vazio ecoa. Você vai levando a vida, ainda que não a viva.

Não consigo mais escrever pra fins literários, não flui. Não consegui produzir nada sobre porcaria nenhuma. Não fiz fotos, não pintei, não encenei, não falei em público, não fiz nenhum estudo... nada.

Minha rotina é acordar, alimentar meus animais, tomar minha primeira dose de medicação, colocar a mesa do café, fazer lição de casa com meu filho, fazer almoço, alguma tarefa doméstica, levá-lo para escola, ir ao supermercado, voltar e fazer mais alguma coisa da casa, tomar mais remédio, buscá-lo na escola, dar o jantar, tomar a última medicação e dormir. O único ponto fora da curva é um dia de terapia ou uma ida ao parquinho.

Faço aniversário no próximo mês... venci mais um ano. Dizem que os bons morrem jovens...

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